Marcas próprias ganham espaço nos supermercados com preços até 25% mais baixos
O crescimento dos produtos de marca própria reflete o “empoderamento do consumidor”. O segmento que surgiu como um instrumento de fidelização é agora também visto como uma ferramenta que permite ao cliente economizar e comprar novos produtos. Segundo a presidente da Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (Abmapro), Neide Montesano, uma cesta básica com artigos de marca própria pode custar de 15% a 25% menos comparada a uma com marcas de fabricantes. “Com essa economia, a pessoa pode comprar iogurte, amaciante de roupa e outros produtos que não fazem parte de sua cesta”, afirma Neide Montesano.
O GPA, que controla Extra e Pão de Açúcar, afirma que produtos da marca própria das duas redes são posicionados para serem, em média, 30% mais baratos em comparação às marcas líderes de cada categoria em que atua. E o segmento está ganhando espaço no faturamento das redes. No Carrefour, 44% dos clientes compram algum dos oito mil produtos com a marca do supermercado. O último balanço da rede francesa mostra que a venda de artigos desse segmento cresceu 30% no país, no terceiro trimestre em relação a igual período de 2018.
E a economia pode ser ampliada. A Abmapro calcula que o faturamento do setor deve crescer 10,5% este ano e 12,5% em 2020. O aumento da receita pode contribuir para redução do custo de produtos de marca própria. “O aumento do volume de preço pode reduzir os custos de produção e, por consequência, o preço para o consumidor”, diz a presidente da Abmacro.
Uma pesquisa realizada a partir do Painel de Lares da Nielsen ajuda a explicar, em parte, o crescimento de setor que disputa mercado pelo preço. O levantamento divulgado em outubro revelou que apenas 5% dos brasileiros são super leais a produtos, marcas e bandeiras varejistas.
Jorge Dias faz parte dos outros 95% não fieis à marca. O engenheiro mecânico, que é um dos caçadores de ofertas da plataforma Qual Oferta, reconhece que os produtos de marca própria tendem a ser mais baratos dentro de uma rede, mas o preço pode ser maior que na concorrência. “Faço compras diárias e estou sempre atrás de promoção. Não importa se é ou não um produto de marca própria”, ensina o engenheiro.
A pesquisa rápida na internet corrobora com Dias. O requeijão de 200ml da Vigor era vendido nesta segunda-feira (18) por R$ 4,75 e um de marca própria similar por R$ 5,19, no mesmo site de uma grande rede de supermercados.
Neide Montesano explica que o setor de marca própria está na quarta geração. A terceira é a de produtos similares com preços entre 15% e 25% menores. Os produtos da quarta geração são os desenvolvidos para chamar a atenção do cliente que aceita pagar mais por um produto orgânico ou por outro que tenha um valor específico para o consumidor. Para exemplificar, a presidente da Abmacro cita a Taeq, de alimentação saudável das redes Extra e Pão de Açúcar. “As marcas da quarta geração não estão focadas no preço, mas em outros valores”, afirma.
Fonte: O Globo
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httpss://canalexecutivoblog.wordpress.com/2017/10/23/brasileiros-consomem-mais-marcas-proprias-e-levam-faturamento-do-setor-a-r-53-bi/