Cooperativas agropecuárias avançam cada vez mais em direção ao varejo
Por meio de marcas próprias de alimentos prontos, elas passaram a competir de igual para igual com as multinacionais
Fonte: InfoMoney 06-05-2016
SÃO PAULO – As cooperativas agropecuárias estão avançando cada vez mais em direção ao varejo, especialmente por meio de marcas próprias de alimentos prontos para consumo. A constatação fica latente após um giro pela feira Apas, principal evento do setor supermercadista do País, que se encerrou na quinta-feira (05), em São Paulo (SP). Pelos corredores da feira, lado a lado com estandes das multinacionais, estiveram lá presentes grandes cooperativas, como, por exemplo, Coamo, Copacol, Aurora, Frimesa, Lar, Confepar, entre outras. Foco no consumidor final e olho nas exportações de produtos prontos são as diretrizes das cooperativas, de acordo com executivos do setor.
Segundo Cláudio Fileto Barros, gerente comercial e de marketing da Confepar, especializada no segmento de lácteos, o avanço das cooperativas ao varejo, com produtos beneficiados e marcas próprias, é uma tendência que ganha cada vez mais corpo.
“As cooperativas estão saindo do regionalismo, do comércio meramente local de suas respectivas regiões, passando a romper fronteiras comerciais”, diz Barros. “E as marcas próprias trazem um reconhecimento da qualidade dos produtos das cooperativas junto ao consumidor”, acrescenta.
De acordo com Valdemir Paulino dos Santos, gerente comercial da Copacol, que transforma aves, suínos e peixes em carnes prontas, as cooperativas estão num processo cada vez mais acentuado de verticalização de seus negócios, atuando do campo à mesa.
“Jogamos de igual para igual em qualidade, com os produtos das múltis nas gôndolas dos supermercados”, ressalta. “O produtor rural, o cooperado vem passando por um forte processo de profissionalização, investindo em boas práticas, certificações, na modernização do seu negócio, e passou a entender que ele não cria frango ou porco, o que ele faz é carne para o consumidor.”
Alcir José Goldoni, superintendente comercial da Coamo, gigante do Paraná – Estado mais forte no cooperativismo -, o avanço das cooperativas agropecuárias ao varejo é um caminho natural. A Coamo é especializada em beneficiar grãos, leite, café verde, transformando-os em alimentos prontos. Segundo Goldoni, já está bem enraizado na mente do produtor/cooperado que o seu trabalho tem como cliente final o consumidor, seja ele doméstico e/ou de fora do País. “Isso faz com que o cuidado para a fabricação de um alimento seguro e de qualidade comece lá no campo, desde a escolha do melhor insumo.”
Cooperativismo como diferencial mercadológico
Com a proliferação de diversas certificações, relacionadas, por exemplo, à sustentabilidade, comércio local, origem dos produtos, o mercado também debate se um produto advindo do cooperativismo – que carrega toda uma tradição relativa à responsabilidade social – poderia ser objeto de um selo capaz de se transformar em um diferencial para a tomada de decisão do consumidor. Barros e Paulino são céticos com relação a isso, mas Goldoni enxerga de maneira otimista, usando o próprio exemplo dos produtos da Coamo, que são exportados para a Europa. “Existe sim mercado para isso. Por lá, por exemplo, o consumidor valoriza cada vez mais a originação do alimento.”
You might also like
As redes de lojas mais produtivas da Europa – Marca Própria em comum
Fonte: Hipersuper – Robertus Lombert Há poucas meses, a LZ Retailytics fez um estudo interessante sobre quais as cadeias de lojas mais produtivas na Europa* e a sua caracterização. Será que
Decathlon: Matt Leclercq deixa presidência da empresa
Por Marion Deslandes Segundo os sites Sport Guide e Challenges, a empresa francesa, que registou recorde de vendas no ano passado, estaria a passar por uma fase turbulenta mantida em
1ª Semana Internacional da Marca Própria e Terceirização
10º Congresso da Marca Própria e Terceirização É com imensa satisfação que convidamos a participar do maior evento do mundo de Marca Própria, que acontecerá de 16 a 19 de
Preço atrai consumidores para marcas próprias
Para entregar preços menores e manter o cliente, o mercado intensificou a presença de marcas próprias e regionais, um negócio que supera os R$ 47 bilhões em faturamento, envolvendo alimentos,