As Marcas Próprias vêm consolidando seu papel como um dos principais motores de crescimento no varejo farmacêutico, segundo o site Panorama Farmaceutico o faturamento com essa categoria mais que dobrou nos últimos cinco anos, saltando de R$ 2,1 bilhões em 2020 para R$ 4,6 bilhões em 2024. Só no último ano, o crescimento foi de 14,9%.
No início da 2024 a Abmapro estimou que o faturamento do canal Farma em Marca própria seria em torno de R$5 Bi. Chegamos bastante próximo ao alcançado se não fossem alguns entraves econômicos e falta de matéria prima.
Esse avanço é impulsionado, principalmente, pelos investimentos estratégicos das redes em categorias ligadas ao bem-estar. As marcas próprias estão presentes em 85% dos segmentos de consumer health e autocuidado, o que demonstra sua importância crescente na cesta dos consumidores.
A tendência é de continuidade. A ABMAPRO (Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização) projeta um crescimento de 16% no segmento em 2025. Atualmente, cerca de 45% dos associados da entidade atuam no canal farma — o que demonstra o peso que o setor tem para o avanço da categoria no Brasil.
Desafios ainda limitam o potencial das marcas próprias
Apesar do crescimento expressivo, o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer para alcançar o nível de maturidade dos mercados mais desenvolvidos. Neide Montesano, presidente da ABMAPRO, destaca que ainda há barreiras culturais e estruturais a serem superadas.
“Existem casos de sucesso, mas muitos empresários ainda não compreendem a importância de uma estratégia bem estruturada de marca própria. Falta conhecimento sobre construção de marca, sobre o papel dos fornecedores e, principalmente, mão de obra especializada nesse segmento”, alerta.
Associativismo também impulsiona marcas próprias
O avanço não está restrito às grandes redes. As associações varejistas também têm se destacado na consolidação de marcas próprias. A Assifarma, por exemplo, aparece como a terceira colocada no ranking de vendas da categoria, enquanto a Unifabra já vê seus produtos próprios representando 5% do faturamento total das redes associadas.
Outro exemplo de sucesso vem da Farmarcas, grupo associativista que reúne diversas redes e que atualmente conta com três marcas próprias:
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Supra Corp (vitaminas e suplementos)
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Supra Cares (cuidados para adultos)
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Supra Baby (linha infantil)
“Já atuamos em cinco das dez subcategorias com maior representatividade nas vendas de marcas próprias no Brasil”, destaca Guto Zavarelli, gerente de marketing da Farmarcas.
A visão estratégica para o futuro
Para que as marcas próprias brasileiras ganhem ainda mais relevância, é necessário um reposicionamento estratégico. “As redes precisam parar de tratar a marca própria como substituto barato da marca líder. Esses produtos devem ser vistos como ativos estratégicos, com potencial para gerar valor e diferenciação”, reforça Antônio Sá, especialista do setor.
Neide Montesano concorda: “O crescimento dos últimos anos está diretamente ligado à postura das redes que criaram estruturas dedicadas para gerenciar suas marcas próprias. Um bom exemplo é a RD Saúde, que criou uma unidade exclusiva com diretor e equipe de marketing voltados apenas para a marca própria. Gestão profissional é essencial para o sucesso.”
As marcas próprias nas farmácias já provaram seu valor. Agora, o próximo passo é transformar esse potencial em protagonismo — com estratégia, inovação e foco na experiência do consumidor.
Fonte: Panorama Farmaceutico