Fonte: No Varejo – Por Gabriella Sandoval
Dez anos depois do lançamento de Qualitá, o Grupo GPA tem uma meta ousada: fazer com que os produtos de marca própria caiam no gosto dos consumidores brasileiros – e não mais por uma necessidade de poupar, mas sim por uma questão de escolha. Por aqui, esses itens representam, em média, 5% das vendas nos supermercados, um cenário bem diferente dos Estados Unidos, onde a fatia é de 21%, e da Europa, que registra uma média de 41%.
“Não queremos mais ser uma opção para os dias ruins, mas sim a primeira opção, seja o cliente classe A e B ou C e D”, diz o alemão Wilhelm Kauth, diretor de Marcas Exclusivas do GPA. Há um ano no grupo, ele assumiu o desafio de ajudar a reposicionar a marca Qualitá no mercado e evoluir o conceito de marca própria no País.
Para que a Qualitá seja vista cada vez mais como uma escolha segura e confiável, a marca realizou pesquisas para entender as expectativas do consumidor. E percebeu que, apesar da sua força, havia uma oportunidade de democratizar o portfólio, hoje composto por mais de mil produtos. Além, claro, de um trabalho para transmitir ao cliente o compromisso da qualidade.
Durante 10 meses, a equipe se reuniu com fornecedores, identificou oportunidades de melhorias, trocou ingredientes, alterou formulações, identificou novos parceiros e mudou tanto a logomarca como a linha de embalagens. “O resultado é uma linha de produtos de qualidade equivalente à das marcas líderes, com preços em média 30% mais baixos”, garante Kauth.
Ainda assim, o especialista concorda que existem categorias mais simples de fidelizar por meio da marca própria, como é caso dos produtos de limpeza, e outras mais difíceis – como a de refrigerantes, por exemplo. “No Brasil, diferente da Europa, a compra ainda é mais emocional do que racional”, afirma Kauth. Por isso o esforço do GPA de entregar não só preço baixo, como também qualidade. “Se eu aposto em preço e não em qualidade, não fidelizo; pelo contrário: destruo valor”.