Barras, tabletes e bombons vão dar o tom da Páscoa nos supermercados

Fonte: DCI
PAULA CRISTINA
SÃO PAULO •02.03.18 5:06 AM

Para caber no bolso dos consumidores, principais redes do Brasil elevaram em até 25% os pedidos de produtos mais baratos à indústria; ainda assim, vendas na data devem ter queda real de 2,3%

O período que antecede a Páscoa, primeira grande data do calendário varejista, será marcado pela postura cautelosa e previsão de estabilidade de vendas nos supermercados. Com metade dos empresários esperando vendas iguais as do ano passado, as gôndolas serão recheadas com bombons, tabletes e barras de chocolate, além de oferta bem menor dos ovos com mais de 500 gramas.

De acordo com um levantamento divulgado ontem pela Associação Brasileira dos Supermercados (Abras) a cautela domina as projeções das supermercadistas, em um movimento que resultou em pedidos mais conservadores para a indústria, principalmente dos itens de maior valor agregado.

Como resultado, a previsão para este ano é que as vendas avancem nominalmente 0,2% resultado que, quando deflacionado, representa retração de 2,3% quando comparado com a data em 2017.

A posição cautelosa por parte do varejo fica evidente na hora que os pedidos foram feitos à industria de chocolates. Segundo a Abras, os pedidos por ovos de chocolate com mais de 500 grama encolheram 3% na comparação com 2017, ao passo que as caixas de bombons apresentaram alta na casa dos 6,7% (veja mais no gráfico).

Um bom exemplo deste movimento se deu na composição do estoque da Cooperativa de Consumo (Coop). Com previsão de incremento médio de 5% nas vendas deste ano, a rede trabalha com a projeção de um salto de 15% na vendas bombons, barras e lembrancinhas de chocolate.

De acordo com a gerente de compras alimentícias da Coope, Marta Borges, houve também uma mudança na oferta trazida da indústria. “Algumas indústrias trarão pacotes promocionais com produção limitada para a data, uma vez que estão investindo em embalagens presenteáveis. Devemos fomentar muitas promoções ‘leve mais por menos’”, conta.

De acordo com ela, parte dos fornecedores focou em ovos de marca própria, com o intuito de reduzir também o custo para o cliente final.

Como resultado, Marta explica que o volume de compra de ovos de chocolate ficou em linha com o do ano passado. “Já em barras e lembrancinhas projetamos crescimentos acima de 10% [nos pedidos à industria] podendo comprar volumes adicionais, no período da campanha”, ressalta.

Para além dos tradicionais chocolates, outros itens comuns para a Páscoa, também tiveram comportamento variado na demanda da indústria. Segundo a Abras, a demanda por bacalhau cresceu 2,7%, enquanto os pedidos à indústria por Colomba Pascal encolheram 2,3%.

É com essa projeção de melhora nas vendas de peixes que as lojas das marcas Extra e do Pão de Açúcar também esperam bons resultados. Para este ano, o gerente de peixaria de Extra e Pão de Açúcar, Rafael Monezi, estima que as vendas de pescados congelados avance 10%. “Os valores estão bastante semelhantes à última Páscoa e importamos 15% a mais de bacalhau do que vendemos no ano passado. Nossas expectativas são otimistas.”

Atacado
Entre as operações mais antigas de atacarejo no Brasil, a rede holandesa Makro trabalha para garantir um avanço de 20% nas vendas este ano. Para atingir este objetivo, ele aposta no bom desempenho das vendas dos itens Baldaracci, marca própria da empresa.

“Contrariando as expectativas de queda pelo mercado, para venda de ovos de Pascoa, esperamos crescer 10%. Uma de nossas apostas, com certeza, é a nossa marca própria”, comentou o diretor comercial da divisão de alimentos da rede, Ricardo Garcia, ressaltando ainda as parcerias com marcas como Grand Ferrero Rocher e Nestlé na oferta de pacotes promocionais.

“Para a região Sul, como não haverá produtos de marca própria, foi negociada uma ampla linha de produtos que atenderão a demanda local com diversos parceiros locais e nacionais”, detalhou ainda o executivo da atacadista.

Além disso, conta Garcia, o Makro elevou em 25% as compras de barras de chocolates, contando, inclusive, com a alta demanda de pessoas que comparam o insumo para produzir, em casa, seus próprios ovos.

Para além dos doces, a empresa espera uma alta de 13% nas vendas de peixes para a data. “Além disso, reforçarmos toda a linha Aro, marca própria, de azeites e atum enlatado (ralado, sólido e pedaços), leite de coco, azeitonas e outras conservas”, descreve.

Previous ABMAPRO participa da 12ª Reunião do Fórum de Competitividade do Varejo, promovido pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), em Brasília
Next Inovação é a arma do varejo para conquistar consumidores

You might also like

Notícias

Cooperativas agropecuárias avançam cada vez mais em direção ao varejo

Por meio de marcas próprias de alimentos prontos, elas passaram a competir de igual para igual com as multinacionais

Notícias

Panvel prevê alta de vendas de 25% da marca própria neste Natal

Foram desenvolvidos 24 kits exclusivos Panvel, com edição limitada, especialmente para esta data O Grupo Panvel está apostando na marca própria, que chega com força como opção de presente neste Natal. A

Notícias

Coco Bambu quer vender 20 mil cervejas mês

Afrânio Barreira, o sócio-majoritário da rede de restaurantes Coco Bambu, diz que a cerveja de marca própria desenvolvida com a Wäls (Ambev) já está em todas as 31 lojas  –

Notícias

Sob inflação alta, consumidor recorre à marca própria de produtos para conter gastos em supermercados

Com a inflação ainda em índices elevados e os preços, sobretudo, dos alimentos nas alturas, famílias brasileiras buscam alternativas para equilibrar as contas na ida ao supermercado. Neste sentido, recorrer